segunda-feira, 22 de março de 2010

Autoridade na Igreja (continuação)


Autoridade na Igreja - Palavra ministrada pelo Pastor Edson Salomão

Precisamos prestar atenção. Os irmãos mais antigos na igreja, sobretudo, devem procurar ter mais acesso aos pastores Edson e Valdemir.
A igreja não é lugar de pressão ou abuso de autoridade. Esse posicionamento não é correto. Criou-se uma hierarquia de exército do mundo que para chegar até os pastores é necessário uma autorização? É com temor, com peso, com amor que compartilho estas coisas com a Igreja. Não estou colocando como uma pessoa de fora criticando o modelo de Igreja. Eu sou parte da Igreja, estou aqui.

O Salmo 23 diz: o Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas tranqüilas; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu, meu pastor, estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença de meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Certamente que a e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida e habitarei na Casa do Senhor por longos dias.

O Pastor. Um título, um nome, uma forma de se referir à liderança. A palavra Pastor traz à mente a figura de um ser que cuida, que zela, que ama e não a figura de um déspota, que trata, que bate e outros verbos por aí usados. Davi chamava o Senhor de Pastor. Figura de um ser amoroso, cuidadoso.
Jesus falou: as minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. (João 10:27 - 28).
Se existem ovelhas existe pastor. Se existe pastor existem ovelhas.
Autoridade é poder delegado. Deus delega autoridade. Ele usa homens para exercer autoridade.
Existe autoridade civil (Romanos 13:1 – 7) como os juízes, os policiais, os pais, os governos políticos que são levantados por Deus. Não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus. Se as autoridades ordenarem algo contra a Palavra então melhor obedecer a Deus do que a elas.
Existe a Autoridade espiritual presente na igreja do Senhor. A autoridade representa o próprio Deus. E ao contrário da autoridade civil, ela não tem autorização para agir como achar melhor, ainda que a lei não permita. No mundo manda quem pode, obedece quem tem juízo. Qualquer pessoa que tem autoridade na igreja precisa entender que representa Deus e deve ser quebrantado por Deus.
O autoritário não suporta ser tratado da mesma maneira que ele trata seus subordinados. Não entendeu nada a respeito de autoridade.
Deus trata com autoridade. Trata sério e forte! Quando alguém não entende o que é autoridade e está só reproduzindo, sem temor a Deus, não vão às autoridade para saber se é assim mesmo, e faz as coisas como ela pensa e pronto. Precisamos entender claramente o que é autoridade espiritual.
Convidamos e convocamos a Igreja de Jesus a buscarmos juntos, entendermos juntos. Que desapareça este espírito que oprime alguns irmãos. Quem exerce autoridade deve ter testemunho de servo. Maior é o que serve. Lucas 22:24 – 26.
Segundo Watman Nee uma das características daquele que entendeu o princípio de autoridade é que não é necessário se impor como autoridade. Isso reflete a ausência de entendimento claro. A autoridade é reconhecida.
Os irmãos estão livres para terem acesso aos pastores sem que para isso precisem pedir permissão aos seus discipuladores ou líderes. Isso não deve existir em nosso meio, pois não contribui para a edificação do Corpo. Seu líder é alguém amado, cuidadoso e é honroso. Que o irmão chegue até seu líder e fale a ele por respeito, por honra, por amor. É bom que o líder saiba que você deseja falar com os pastores a respeito de alguma dúvida ou determinado assunto.
Como fazia a Igreja primitiva quando se reunia? As Escrituras não são muito claras, ela não relata detalhes de como eles faziam. Precisamos buscar a direção do Espírito para que ele nos oriente como devemos proceder para agradá-lo. Fujamos de uma liturgia que venha impedir o agir do Espírito Santo em nossas vidas. Não queremos ter a pretensão de achar que sabemos tudo. Somos Pastores sobre a congregação. Qualquer ovelha deve procurar os Pastores. Os que estão ligados a Edson podem e devem procurar Valdemir para que possam ser ajudados. Valdemir disse que da mesma forma, aqueles que estão ligados a ele não sintam nenhum constrangimento em procurar Edson. Não há nenhum problema.
Ovelhinhas de Jesus, vocês têm dois Pastores e devem ter acesso a eles. Isso não impede, nem traz problemas ao seu relacionamento com seu discipulador. Queremos ajudar a vocês.
O tamanho da congregação não permite que se ouça a cada um. Se existir necessidade, mesmo falando com sua junta, com seu discipulador, com seu líder caseiro, se ainda precisar falar com os Pastores, não tenham receio algum em procurá-los.
Não podemos ter tanto apego à nossa imagem. Não há nenhuma grande complicação se alguém foi aos pastores sem falar com o líder (ou com o discipulador) primeiro.

Paulo falou que é necessário que haja na Igreja dissensões para que sejam reveladas algumas coisas e para que se revelem os verdadeiros.
Em um ambiente de autoritarismo, as pessoas se escondem atrás de uma fôrma que não tem nada daquilo. Precisamos ouvir nossas autoridades e não se justificar usando o nome das autoridades.
A Igreja será melhor se o Espírito Santo encher a cada uma das autoridades de Deus fluindo no Corpo. Edificará a Igreja. Nós nos multiplicaremos se o Espírito Santo usar cada membro do corpo, cada junta dando a sua justa cooperação.
A palavra ensina que devemos repreender os insubmissos. Jamais usar um método que foi usado anteriormente e deu certo, pensando que o resultado será o mesmo em outro caso. Precisamos buscar de Deus a direção em cada caso.
O rei Ezequias adoeceu e ia morrer, mas se arrependeu (2 Reis 20:1 – 11) e Deus lhe acrescentou mais quinze anos de vida.
Ananias e Safira (Atos 5:1 – 11) morreram na hora. Quando Davi e seus companheiros quando tiveram fome, comeu dos pães da proposição (Mateus 12:3; 1 Samuel 21:6), os quais não lhes eram lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes. Mas quando Uzá, filho de Abinadabe, estendeu a mão para segurar a arca de Deus, porque os bois tropeçaram, a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus (2 Samuel 6:6 – 7). Deus tem as suas maneiras de agir.
Existem três níveis de autoridade na casa de Deus:
1. A Palavra de Deus é autoridade absoluta, inquestionável. Diante da Palavra de Deus o discípulo deve ter total e absoluta submissão e obediência.
2. O conselho é autoridade relativa. É toda orientação importante dada para a vida de um discípulo, que não esteja explicitamente enunciada nas Escrituras. É responsabilidade de quem dá o conselho e por parte de quem o recebe. Por ser relativo não quer dizer desprezível. Precisamos orar para dar conselhos.
3. Opinião não há nenhuma autoridade. O discípulo fica livre para seguir ou não a opinião do discipulador. Precisamos procurar a edificação do Corpo.

Devemos nos submeter às autoridades. Exercer autoridade com temor e quebrantamento. Amados, onde está o Espírito Santo aí há liberdade em Deus.

Constituindo Liderança na Igreja - Presbíteros

A Bíblia diz que Paulo instruiu Tito a “constituir” presbíteros em cada cidade (Tito 1:5). Isto nada mais era do que levar a Igreja a reconhecer aqueles que já haviam sido levantados e qualificados pelo Senhor e dado evidências disto em suas vidas e em seus ministérios.
Com olhos espirituais Tito estava indicando para benefício daqueles que não podiam ver tão claramente, aqueles que Deus já havia selecionado e preparado para usar como seus vasos, canais de sua autoridade. No Novo Testamento, títulos como “ancião”, “diácono”, “apóstolo” não foram dados a homens que cavavam posição. Foram dados a homens que serviam.
Os títulos são meramente descrições de funções destes homens. Tais designações foram fruto do trabalho profundo que Deus operou no interior destes. Os títulos indicavam a área de serviço em que atuavam em benefício do corpo, não qualificava ou dava status ao que recebia.
Os danos são incalculáveis quando chega à liderança homens indicados por outros, sem uma indicação divina. Homens que “almejam” o título e as vantagens que dele advêm.
Quando elegemos ou indicamos homens de acordo com a razão ou percepção humana, estabelecemos uma variedade de autoridade que é estranha ao plano de Deus para aquela parte do Corpo de Cristo e certamente tornam-se um empecilho para aquilo que Deus quer fazer na Igreja.
Nada que se origine no plano terreno poderá chegar aos desígnios de Deus. “A carne para nada aproveita” (Jo 6:63). A autoridade humana nunca poderá desenvolver autoridade para transformar vidas humanas. Nunca atingirá o interior de uma pessoa.
Esforços humanos poderão realizar coisas notáveis no mundo religioso. Porém não devemos nos esquecer que tudo aquilo que é construído com elementos humanos é palha e não passará pelo fogo.
É possível que alguém até ache útil, uma autoridade humanamente constituída. Para bebes na fé e para aqueles que não conseguem crescer espiritualmente, é muito mais fácil gravitar na esfera terrena da autoridade.
Desta forma não é necessário buscar discernimento das coisas espirituais. Pode contentar-se em buscar conselhos sem procurar ouvir o próprio Deus. Precisam de alguém que dirijam sua vida. E infelizmente alguns na posição de autoridade conseguem ver nisto virtude e submissão.
O papel da autoridade é levar os que a ele se sujeitam a ter uma vida de comunhão íntima com o Senhor. É ensinar o mais novo a andar por fé, a ouvir, reconhecer e seguir a voz do mestre. Só assim ele nos guia em toda verdade e nos conduz em sua vontade.
Cada um de nós é responsável por desenvolver e manter um relacionamento espiritual com o Senhor. Ninguém mais poderá fazer isto por nós e nós não devemos fazer isto por ninguém. Esta responsabilidade é pessoal.

Considerações gerais sobre Liderança, o caráter do Líder e o princípio de autoridade

Um Líder é formado ao longo de anos. Como pedra preciosa a ser lapidada, assim é o líder que traz consigo um grande desejo de crescer e servir melhor ao Senhor e a Igreja. O começo de qualquer líder, que tenha consciência da sua responsabilidade, é cercado de dificuldades e um temor e tremor. Não há qualquer disfarce quanto a sua imaturidade na liderança.
À medida que vai envolvendo-se, com os pastores e com a obra, vai adquirindo experiências e sendo pouco a pouco treinado. A busca do aconselhamento com aqueles que lhes servem de modelo, o faz desenvolver-se. O exercício e a procura da experiência de irmãos mais maduros auxiliam no seu processo de formação trazendo mais segurança e cobertura para os seus atos e ações como líder.
Um Líder entregue a si mesmo e que se auto-treina, nunca se desenvolverá na mesma proporção que aquele que tem auxílio e orientação de outro mais experiente. Há ainda o inconveniente de ver aqueles que são liderados por estes sofrerem com as atitudes, com o temperamento e a personalidade imatura do líder em formação.
Isto ocorre normalmente por líderes que tem certa “vocação” de liderança nata, e que se converte sem ter ouvido ou sem ter prestado atenção na clareza da pregação do evangelho do Reino: A morte do velho homem com todas as suas artimanhas e “sabedoria” (Tiago chama de sabedoria terrena, animal e diabólica, a sabedoria que não procede de Deus).
Tiago 3:13 a 18 “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.”

Um líder deve ser sábio o suficiente para entender sua posição no corpo, buscar praticar as boas obras com mansidão e muito aconselhamento, este é o nosso seminário. É onde os pastores são formados. É aonde Deus vai revelando aqueles que têm um chamado para um ministério específico.
O uso da sabedoria terrena (sabedoria cuja fonte é o conhecimento humano) com seus argumentos racionais, desprovidos de temor, e como motivações escusas (vontade de ser reconhecido, inveja, competição etc.) só causam facção, perturbação e até perversidades contra as ovelhinhas do Senhor.

Já as características da sabedoria do alto, promovem paz e edificação, pois é pura, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia, sem parcialidade e sem hipocrisia. Encantam as autoridades e manifestam o trabalhar de Deus.

Admiti-se que, muitas vezes, um líder imaturo chega rapidamente à liderança por algum descuido, falta de critérios ou até necessidade. Infelizmente imprimi sua personalidade e temperamento na obra de Deus, causando grandes sofrimentos e até perdas para o Corpo de Cristo.

Estes são os verdadeiramente neófitos, Paulo orientou que não fossem colocados no presbitério. (1Tim.3:6 “Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo”). É preciso atentar para a expressão ensoberbecendo-se, isto quer dizer sendo soberbo.

Os dicionários aplicam várias outras palavras interessantes para dar sentido a palavra soberba: vaidade, fúria, engrandecimento, elevar-se, orgulho etc. Todos os nossos dons, talentos, conhecimento e capacidades adquiridos no mundo antes de Cristo devem ser levados até a cruz.

Vemos na prática que estas habilidades podem até serem utilizadas após serem santificadas e colocadas debaixo da graça e da direção do Espírito Santo. Entretanto utilizadas sem o processo da cruz sabemos também quantos danos podem causar ao corpo de Cristo.

Há grande necessidade de humildade e mansidão para se tornar um bom líder. Se por um lado a falta de capacitação espiritual pode levar um líder a usar recursos terrenos e prejudicar a obra. Por outro lado, os recursos dados por Deus se usados inadequadamente, precipitadamente, ou simplesmente porque os recebeu, podem também proporcionar tristezas.

Vejamos a experiência de Moisés. Os que encabeçaram a rebelião contra Moisés também estavam de alguma forma envolvidos na liderança daquele povo, e até tinham recebido algo da parte do Senhor. Deus falava também através destes. Podemos afirmar que não foram maduros suficientes para entender que aquilo que receberam do Senhor era para auxiliar a Moisés e não para combatê-lo ou enfrentá-lo.

Líderes intocáveis e sem dependência da autoridade não edificam a igreja. Temos que nos lembrar de Satanás, ainda na condição de Lúcifer era cheio de capacidades, valores e talentos musicais e foi estabelecido por Deus. (vejamos o que esta sublinhado no texto abaixo)

Eze.28:12b a 17. “Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti. Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.”

Isa: 14:12 a 14 “Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.”

Observa-se que tudo aquilo que era fruto da graça e da criação divina e que deveria ser consagrado no serviço ao Senhor foi desvirtuado e tornou-se a causa da queda. E como tudo começou?

Deus diz através de Ezequiel que o coração dele se elevou por causa da formosura que possuía. A sua sabedoria se corrompeu por causa do seu resplendor. Aqui não se trata de alguém que não tinha muito que oferecer e queria aparecer. Pelo contrário trata-se de alguém que tinha muito e apenas buscou o seu espaço, cavou o seu destaque. Queria ser semelhante a autoridade que lhe era superior.

Toda esta história deve nos trazer muito temor. Aqueles que avaliam e aprovam a si mesmo e até se julgam superiores as autoridades estabelecidas correm este mesmo risco, se logo não entrarem em arrependimento com contrição e submissão. Vejamos que não se trata de, ter ou não ter, vida com Deus. O próprio Lúcifer foi por Deus estabelecido.

Não está em avaliação a comunhão, a vida de oração, de leitura da palavra ou de evangelização, neste sentido todos somos iguais perante o Senhor e deveríamos nos desenvolver nestas áreas. É uma questão de ordenação ministerial, e não uma questão pessoal. A questão, aqui, é de esperar o tempo de Deus e o reconhecimento daqueles que estão sobre nós.

Outra história recomendada é a de Davi. Ainda Jovem foi ungido Rei, porém continuou no seu simples e humilde serviço: pastoreando ovelhas para a família. Esperou o tempo de Deus. Teve chance de assumir o poder precipitadamente e não o aceitou.

Mandou punir com a morte aquele que para contar vantagem assumiu a autoria da morte de Saul, pois não achava justo, sobre qualquer circunstância que alguém pudesse fazer mal ao ungido do Senhor. Este sim era um Líder segundo o coração de Deus.

I Sam.16:10 a 13 “Assim fez passar Jessé a seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O SENHOR não tem escolhido a estes. Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os moços? E disse: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, porquanto não nos assentaremos até que ele venha aqui. Então mandou chamá-lo e fê-lo entrar (e era ruivo e formoso de semblante e de boa presença); e disse o SENHOR: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo. Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá.”

I Sam 24:4 a 8 “Então os homens de Davi lhe disseram: Eis aqui o dia, do qual o SENHOR te diz: Eis que te dou o teu inimigo nas tuas mãos, e far-lhe-ás como te parecer bem aos teus olhos. E levantou-se Davi, e mansamente cortou a orla do manto de Saul. Sucedeu, porém, que depois o coração doeu a Davi, por ter cortado a orla do manto de Saul. E disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do SENHOR, estendendo eu a minha mão contra ele; pois é o ungido do SENHOR. E com estas palavras Davi conteve os seus homens, e não lhes permitiu que se levantassem contra Saul; e Saul se levantou da caverna, e prosseguiu o seu caminho. Depois também Davi se levantou, e saiu da caverna, e gritou por detrás de Saul, dizendo: Rei, meu senhor! E, olhando Saul para trás, Davi se inclinou com o rosto em terra, e se prostrou.”

II Sam 1:10 a 15 “Arremessei-me, pois, sobre ele, e o matei, porque bem sabia eu que não viveria depois da sua queda, e tomei a coroa que tinha na cabeça, e o bracelete que trazia no braço, e os trouxe aqui a meu senhor. Então apanhou Davi as suas vestes, e as rasgou; assim fizeram todos os homens que estavam com ele. E prantearam, e choraram, e jejuaram até à tarde por Saul, e por Jônatas, seu filho, e pelo povo do SENHOR, e pela casa de Israel, porque tinham caído à espada. Disse então Davi ao moço que lhe trouxera a nova: Donde és tu? E disse ele: Sou filho de um estrangeiro, amalequita. E Davi lhe disse: Como não temeste tu estender a mão para matares ao ungido do SENHOR? Então chamou Davi a um dos moços, e disse: Chega, e lança-te sobre ele. E ele o feriu, e morreu.”

“O NEÓFITO NÃO ESPERA SER DESTACADO, ELE MESMO PROMOVE O DESTAQUE DA SUA PESSOA. AMA VER O PRÓPRIO NOME PUBLICADO”

segunda-feira, 1 de março de 2010

Autoridade: Delegação Divina


Considerações sobre o Princípio de Autoridade na Igreja - Palavra ministrada pelo Pastor Edson Salomão


A autoridade delegada.

Deus é a fonte de toda autoridade. Ele detém o poder supremo. Entregou ao filho após a ressurreição. Mat.28:18 E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Agora o filho está assentado no trono do universo e tem o controle sobre todas as coisas. Qualquer outra autoridade que exista nos céus ou na terra foi estabelecida por Ele, ou ao menos existe com sua permissão.

Autoridade Civil x Autoridade Espiritual

Portanto, não importa onde encontremos autoridade neste mundo de hoje; seja ela boa ou má, sabemos que é algo que provém legalmente dos céus. Governos humanos, policiais, juízes, pais etc. são instituições estabelecidas para inibir as forças do mal neste mundo, ainda que não cumpram seu papel. (Rom 13:1 a 7).

Sendo Deus o detentor da autoridade suprema, resolveu delegar essa autoridade a outros indivíduos que supostamente agirão como seus representantes. Uma vez entregue por Deus, a autoridade civil pertence às pessoas que a recebem. Embora sejam responsáveis perante Deus pelo seu uso, ela lhes pertence e pode ser exercida como quiserem. Estas autoridades podem exercer corretamente seu poder ou podem fazer mau uso dele.

Entretanto existe outra forma de autoridade que embora também se origine em Deus, é bastante diferente, trata-se da autoridade espiritual. Essa autoridade não pertence à pessoa que a exerce. Não é algo que lhe é “dado” para usar segundo suas próprias inclinações.

Em vez disso, ela deve ser exercida representando a pessoa de Deus. Neste caso, os envolvidos são somente canais, instrumentos através dos quais a autoridade Divina flui. Estes não possuem sua “própria” autoridade. Estão apenas atendendo às orientações do altíssimo. E o fazem com temor.

Na Igreja, Jesus foi designado pelo Pai para ser o cabeça sobre todas as coisas (Ef.1:22). O governo, “o principado está sobre seu ombro” (Is 9:6). Ele, e somente Ele, deve deter a direção e o governo de seu povo. Não existe uma só tarefa na Igreja que Ele não seja capaz de realizar. Ele é todo-poderoso. Ele não está ausente de seu corpo; é onipresente e está aqui com todos nós, em todo tempo.

Está presente através do espírito Santo. Sendo assim, como Ele está presente, é o único que deve dirigir e iniciar todas as coisas na Igreja. Nenhuma parte desta autoridade, por menor que seja, deve ser usada por homens como se a mesma pertencesse a eles.

Ele disse Mat.28:20 E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. A Autoridade em pessoa estaria sempre com eles, manifestando-se por meio deles, em qualquer tempo e em qualquer lugar que se fizesse necessário.

Todas as vezes que alguém usa da autoridade por conta própria mesmo que seja sobre o pretexto de edificar a Igreja está cometendo um terrível engano. De nada vale mover os cristãos na direção que os líderes crêem que as pessoas devem seguir espiritualmente se esta não for a direção de Deus. O resultado nunca será a edificação, nem o aperfeiçoamento dos santos.

A pressão ou o controle e manipulação com a finalidade de realizar mudanças de hábitos ou de comportamentos de nada valem se não é produto do fluir da vida de Jesus. Se é mera obediência a homens, estas pessoas estarão se conformando a um padrão, porém, jamais estarão sendo transformadas a imagem de Cristo.

Este é um uso de autoridade terrena e não produzirá resultados espirituais. O alvo jamais deve ser modificar apenas o comportamento do homem, se faz necessário ver Jesus crescendo e sendo formado em cada discípulo.

Somente o exercício correto da autoridade divina pode transformar o homem interior. Somente Deus falando no espírito de seus filhos é que eles ouvirão a sua voz e serão cheios da sua vida. A palavra de graça, revelada e que produz vida, pode ser, e freqüentemente é, transmitida através de outros cristãos.

Existem muitos homens de Deus no Corpo de Cristo que podem ser usados por Ele. Estes homens precisam aprender a andar com Deus, ouvir a sua voz e transmiti-la. Líderes amadurecidos que já compreenderam o amor que Deus tem a sua Igreja não se apressam em dar direções, como também, não se omitem na colaboração para que o Corpo cresça.

Tornam-se também modelos de submissão às suas autoridades. Não se ofendem se seus liderados buscam aqueles que exercem autoridade sobre eles. Inclusive, estimulam e direcionam os seus, sabendo que os irmãos, estarão em melhor cuidado quando podem estar com as autoridades que estes reconhecem.

Moisés foi um homem tremendamente usado por Deus. Ele não estava guiando os filhos de Israel de acordo com suas próprias idéias e direções. Ele não estava expressando a si próprio. Cada passo, cada lei, cada detalhe do tabernáculo, tudo foi executado segundo uma direção espiritual. Ele não estava formulando seus próprios planos, nem tomando suas próprias decisões.

Pelo contrário, apenas permitia que Deus o usasse para transmitir Sua autoridade ao povo. Quando sua autoridade foi confrontada Ele respondeu assim: Num.16:28 “Então disse Moisés: Nisto conhecereis que o SENHOR me enviou a fazer todos estes feitos, que de meu coração não procedem”. Os feitos de Moisés não procediam do seu coração. Era direção de Deus. Este é o verdadeiro perfil de liderança que sabe lidar com o princípio de autoridade.

Quando o exercício da autoridade é humano ele é inevitavelmente acompanhado de adereços superficiais. Posições, títulos e muitas outras aparições exteriores são as motivações daqueles que almejam um lugar de autoridade. Por isso se ferem tão rapidamente.

Este tipo de autoridade está sempre buscando reconhecimento para funcionar, é fruto da natureza caída. Ferem-se quando são rejeitados como líderes e competem para que outros não possam ser reconhecidos antes dele. Buscam chegar à frente e destacar-se.

Já aqueles que exercem a autoridade espiritual com sabedoria sabem que são meramente canais através dos quais a liderança de Deus flui. Não tentam impressionar ninguém para que lhe obedeçam. Sua posição é de alguém sujeito a Jesus e a outros homens, conseqüentemente, a palavra de Cristo flui através destes e Jesus se revela por meio destes canais.

Este é o desejo de Deus que cada pessoa tenha intimidade com Ele e seja capaz de seguir sua liderança. Seu pensamento é que não exista obstáculo algum ente Ele e seu povo.

A verdade é que muitos ainda não estão desfrutando desta experiência. Quando Deus escolhe homens para representá-lo tais homens necessitam ser quebrados por Ele de modo que normalmente sintam temor de usar a autoridade de Deus. A intenção de Deus é usar estes para que possam guiar outros a uma vida de intimidade com Ele e representá-lo.

Profeta x Rei

Deus usou Moisés, depois Josué, e levantou vários juízes e profetas. Sabemos que a intenção de Deus era que todo o povo de Israel fosse sacerdote (Ex.19:6). Por alguma razão estranha o povo de Israel não estava satisfeito com o plano de Deus. O desejo do coração do povo era diferente. Eles desejavam uma direção humana, palpável.

Ansiavam por alguém que pudesse ver, ouvir e sentir. Sentiam-se muito mais confortáveis com algo natural. Assim, foram à Samuel e insistiram para que se estabelecesse um rei terreno para eles (1 Sm 8:5 a 20). Podemos perceber pelo menos dois motivos para este desejo enigmático.

Em primeiro lugar, ter um rei os desobrigava da responsabilidade pessoal de buscar a Deus sozinhos. Agora seu líder faria isto por eles. Além disto, cabia ao rei tomar a direção, definir as guerras e resolver todos os problemas. Em segundo lugar, eles estavam querendo imitar as outras nações, igualar-se a povos ímpios.

Quando Samuel recebeu este pedido irou-se. Samuel ficou aflito por ver a nação que Deus escolhera para se manifestar tomando o caminho errado. Entretanto o Senhor lembrou-lhe que não era ele quem estaria sendo rejeitado. O povo não estava rejeitando um homem, estava abrindo mão da soberania de Deus para suas vidas. I Sm 8:7,8.

Sacerdócio de todos os santos

Hoje através de sua Igreja, seu desejo é o mesmo. Ele deseja que cada pessoa lhe conheça de uma maneira pessoal e profunda, capacitando-lhes para realizar até o menor dos seus desejos. Cada membro do corpo deve desenvolver um relacionamento íntimo com Ele.

Entendemos que a vontade dEle é que todos sejam sacerdotes (1 Pe.2:5). Deus anseia reinar pessoalmente sobre cada um de seu povo, para que eles individualmente exerçam seu sacerdócio e como um só corpo, possam expressar seu propósito e sua vontade ao mundo.

Há necessidade de autoridade na Igreja. Não há duvida que Deus usa homens para serem líderes e exemplos para outros, para atraí-los a um relacionamento com Cristo. Precisa-se desesperadamente de homens que falem quando Deus fala com eles, que liderem de acordo com sua direção e que manifeste suas revelações.

A grande necessidade é de homens que sejam íntimos de Deus e que através destes Ele possa transmitir livremente sua vontade. Existe grande diferença entre este tipo de liderança e aquela que manifesta a sua própria vontade. Que conduz os liderados de acordo com aquilo que lhes dá na “telha”.