segunda-feira, 1 de março de 2010

Autoridade: Delegação Divina


Considerações sobre o Princípio de Autoridade na Igreja - Palavra ministrada pelo Pastor Edson Salomão


A autoridade delegada.

Deus é a fonte de toda autoridade. Ele detém o poder supremo. Entregou ao filho após a ressurreição. Mat.28:18 E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Agora o filho está assentado no trono do universo e tem o controle sobre todas as coisas. Qualquer outra autoridade que exista nos céus ou na terra foi estabelecida por Ele, ou ao menos existe com sua permissão.

Autoridade Civil x Autoridade Espiritual

Portanto, não importa onde encontremos autoridade neste mundo de hoje; seja ela boa ou má, sabemos que é algo que provém legalmente dos céus. Governos humanos, policiais, juízes, pais etc. são instituições estabelecidas para inibir as forças do mal neste mundo, ainda que não cumpram seu papel. (Rom 13:1 a 7).

Sendo Deus o detentor da autoridade suprema, resolveu delegar essa autoridade a outros indivíduos que supostamente agirão como seus representantes. Uma vez entregue por Deus, a autoridade civil pertence às pessoas que a recebem. Embora sejam responsáveis perante Deus pelo seu uso, ela lhes pertence e pode ser exercida como quiserem. Estas autoridades podem exercer corretamente seu poder ou podem fazer mau uso dele.

Entretanto existe outra forma de autoridade que embora também se origine em Deus, é bastante diferente, trata-se da autoridade espiritual. Essa autoridade não pertence à pessoa que a exerce. Não é algo que lhe é “dado” para usar segundo suas próprias inclinações.

Em vez disso, ela deve ser exercida representando a pessoa de Deus. Neste caso, os envolvidos são somente canais, instrumentos através dos quais a autoridade Divina flui. Estes não possuem sua “própria” autoridade. Estão apenas atendendo às orientações do altíssimo. E o fazem com temor.

Na Igreja, Jesus foi designado pelo Pai para ser o cabeça sobre todas as coisas (Ef.1:22). O governo, “o principado está sobre seu ombro” (Is 9:6). Ele, e somente Ele, deve deter a direção e o governo de seu povo. Não existe uma só tarefa na Igreja que Ele não seja capaz de realizar. Ele é todo-poderoso. Ele não está ausente de seu corpo; é onipresente e está aqui com todos nós, em todo tempo.

Está presente através do espírito Santo. Sendo assim, como Ele está presente, é o único que deve dirigir e iniciar todas as coisas na Igreja. Nenhuma parte desta autoridade, por menor que seja, deve ser usada por homens como se a mesma pertencesse a eles.

Ele disse Mat.28:20 E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. A Autoridade em pessoa estaria sempre com eles, manifestando-se por meio deles, em qualquer tempo e em qualquer lugar que se fizesse necessário.

Todas as vezes que alguém usa da autoridade por conta própria mesmo que seja sobre o pretexto de edificar a Igreja está cometendo um terrível engano. De nada vale mover os cristãos na direção que os líderes crêem que as pessoas devem seguir espiritualmente se esta não for a direção de Deus. O resultado nunca será a edificação, nem o aperfeiçoamento dos santos.

A pressão ou o controle e manipulação com a finalidade de realizar mudanças de hábitos ou de comportamentos de nada valem se não é produto do fluir da vida de Jesus. Se é mera obediência a homens, estas pessoas estarão se conformando a um padrão, porém, jamais estarão sendo transformadas a imagem de Cristo.

Este é um uso de autoridade terrena e não produzirá resultados espirituais. O alvo jamais deve ser modificar apenas o comportamento do homem, se faz necessário ver Jesus crescendo e sendo formado em cada discípulo.

Somente o exercício correto da autoridade divina pode transformar o homem interior. Somente Deus falando no espírito de seus filhos é que eles ouvirão a sua voz e serão cheios da sua vida. A palavra de graça, revelada e que produz vida, pode ser, e freqüentemente é, transmitida através de outros cristãos.

Existem muitos homens de Deus no Corpo de Cristo que podem ser usados por Ele. Estes homens precisam aprender a andar com Deus, ouvir a sua voz e transmiti-la. Líderes amadurecidos que já compreenderam o amor que Deus tem a sua Igreja não se apressam em dar direções, como também, não se omitem na colaboração para que o Corpo cresça.

Tornam-se também modelos de submissão às suas autoridades. Não se ofendem se seus liderados buscam aqueles que exercem autoridade sobre eles. Inclusive, estimulam e direcionam os seus, sabendo que os irmãos, estarão em melhor cuidado quando podem estar com as autoridades que estes reconhecem.

Moisés foi um homem tremendamente usado por Deus. Ele não estava guiando os filhos de Israel de acordo com suas próprias idéias e direções. Ele não estava expressando a si próprio. Cada passo, cada lei, cada detalhe do tabernáculo, tudo foi executado segundo uma direção espiritual. Ele não estava formulando seus próprios planos, nem tomando suas próprias decisões.

Pelo contrário, apenas permitia que Deus o usasse para transmitir Sua autoridade ao povo. Quando sua autoridade foi confrontada Ele respondeu assim: Num.16:28 “Então disse Moisés: Nisto conhecereis que o SENHOR me enviou a fazer todos estes feitos, que de meu coração não procedem”. Os feitos de Moisés não procediam do seu coração. Era direção de Deus. Este é o verdadeiro perfil de liderança que sabe lidar com o princípio de autoridade.

Quando o exercício da autoridade é humano ele é inevitavelmente acompanhado de adereços superficiais. Posições, títulos e muitas outras aparições exteriores são as motivações daqueles que almejam um lugar de autoridade. Por isso se ferem tão rapidamente.

Este tipo de autoridade está sempre buscando reconhecimento para funcionar, é fruto da natureza caída. Ferem-se quando são rejeitados como líderes e competem para que outros não possam ser reconhecidos antes dele. Buscam chegar à frente e destacar-se.

Já aqueles que exercem a autoridade espiritual com sabedoria sabem que são meramente canais através dos quais a liderança de Deus flui. Não tentam impressionar ninguém para que lhe obedeçam. Sua posição é de alguém sujeito a Jesus e a outros homens, conseqüentemente, a palavra de Cristo flui através destes e Jesus se revela por meio destes canais.

Este é o desejo de Deus que cada pessoa tenha intimidade com Ele e seja capaz de seguir sua liderança. Seu pensamento é que não exista obstáculo algum ente Ele e seu povo.

A verdade é que muitos ainda não estão desfrutando desta experiência. Quando Deus escolhe homens para representá-lo tais homens necessitam ser quebrados por Ele de modo que normalmente sintam temor de usar a autoridade de Deus. A intenção de Deus é usar estes para que possam guiar outros a uma vida de intimidade com Ele e representá-lo.

Profeta x Rei

Deus usou Moisés, depois Josué, e levantou vários juízes e profetas. Sabemos que a intenção de Deus era que todo o povo de Israel fosse sacerdote (Ex.19:6). Por alguma razão estranha o povo de Israel não estava satisfeito com o plano de Deus. O desejo do coração do povo era diferente. Eles desejavam uma direção humana, palpável.

Ansiavam por alguém que pudesse ver, ouvir e sentir. Sentiam-se muito mais confortáveis com algo natural. Assim, foram à Samuel e insistiram para que se estabelecesse um rei terreno para eles (1 Sm 8:5 a 20). Podemos perceber pelo menos dois motivos para este desejo enigmático.

Em primeiro lugar, ter um rei os desobrigava da responsabilidade pessoal de buscar a Deus sozinhos. Agora seu líder faria isto por eles. Além disto, cabia ao rei tomar a direção, definir as guerras e resolver todos os problemas. Em segundo lugar, eles estavam querendo imitar as outras nações, igualar-se a povos ímpios.

Quando Samuel recebeu este pedido irou-se. Samuel ficou aflito por ver a nação que Deus escolhera para se manifestar tomando o caminho errado. Entretanto o Senhor lembrou-lhe que não era ele quem estaria sendo rejeitado. O povo não estava rejeitando um homem, estava abrindo mão da soberania de Deus para suas vidas. I Sm 8:7,8.

Sacerdócio de todos os santos

Hoje através de sua Igreja, seu desejo é o mesmo. Ele deseja que cada pessoa lhe conheça de uma maneira pessoal e profunda, capacitando-lhes para realizar até o menor dos seus desejos. Cada membro do corpo deve desenvolver um relacionamento íntimo com Ele.

Entendemos que a vontade dEle é que todos sejam sacerdotes (1 Pe.2:5). Deus anseia reinar pessoalmente sobre cada um de seu povo, para que eles individualmente exerçam seu sacerdócio e como um só corpo, possam expressar seu propósito e sua vontade ao mundo.

Há necessidade de autoridade na Igreja. Não há duvida que Deus usa homens para serem líderes e exemplos para outros, para atraí-los a um relacionamento com Cristo. Precisa-se desesperadamente de homens que falem quando Deus fala com eles, que liderem de acordo com sua direção e que manifeste suas revelações.

A grande necessidade é de homens que sejam íntimos de Deus e que através destes Ele possa transmitir livremente sua vontade. Existe grande diferença entre este tipo de liderança e aquela que manifesta a sua própria vontade. Que conduz os liderados de acordo com aquilo que lhes dá na “telha”.

Nenhum comentário: